quinta-feira, 7 de abril de 2011

Aprendizagem da experiência

Transcrição de texto de trabalho e revisão pela prof. Eliana Rela : 

Oi Eliana abaixo os meus cometários sobre os teus !!

Tópicos sobre leitura de texto

Formação de professores do ensino superior : Aprendizagens da experiência - Bordas, Mérion Campos / UFRGS

Oi Daniel,
Você apresentou as idéias (dificuldades, carências, possibilidades) relacionadas ao fazer docente. Infelizmente, no Brasil, ainda não há certificação de competências como no caso Europeu. Assim, precisaremos continuar buscando a certificação de modo formal, por meio de cursos. Como você projeta sua carreira como docente universitário?
Abraço, ERela

Oi Eliana,
contínuo ainda entendendo a minha atividade de docente como uma carreira em continua construção em que aproveito a continuidade de minhas experiências e vivencias profissionais práticas para trazer ao ambiente acadêmico o dia a dia aos futuros profissionais. Entendo também que a finalização do meu mestrado poderá contribuir para que com a titulação se abram mais espaços de trabalho dentro do curso para que eu possa me envolver com projetos que já estavam ao meu alcance  e que agora estão restritos a professores com mais titulação. A oportunidade de participar deste curso de formação de professores do ensino superior está abrindo uma condição de reflexão em uma dimensão que eu não havia experimentado sobre a profissionalização do professor de ensino superior no meu curso, o que está me abrindo a percepção para novas possibilidades.  Sempre entendi a minha vinculação com a academia como uma parte de minhas atividades profissionais, que mesclam esta função com o exercício da arquitetura que ensino em aula. A teoria e prática assim se completam. Pode ser que com mais estudo e formação acadêmica o peso e ocupação destes dois universos possa sofrer alguma alteração, com ênfase maior para a academia do que para a prática ?!



1.- Ensinar na universidade é ocupação ou profissão ?

A partir da leitura refleti mais um pouco sobre esta diferença entre a ocupação e profissão. Porque ensinar na universidade não pode ser uma profissão como tantas outras (?), pode o professor se qualificar e profissionalizar o seu conhecimento de ensino, e não só o seu conhecimento técnico de sua área especifica, tornando se assim de fato um professor que ensina em sala de aula, ou propicia o ensino e aprendizado (?). A ocupação de ensino pode ocorrer com atuações tanto de professores profissionais, como citou a autora, médicos, engenheiros, farmaceuticos e etc. que se ocupam em dar aulas, mas também não citado pela autora de professores titulados (mestres, doutores, etc.) que se profissionalizam em pesquisas e que se ocupam com ensino. A questão de ocupação ou profissão é uma atitude em relação a sala de aula e não de origem do seu conhecimento.

2.- Pode um professor universitário assumir a sua professoralidade ?

Conforme comentei acima, um professor pode assumir a sua professoralidade na medida que encara o seu papel de ensino entendendo que o seu conhecimento especifico técnico-cientifico pode ser transmitido (Daniel, transmitir conhecimento é diferente de levar o estudante a aprender. Sim Eliana, percebi o meu erro no texto, de uma realidade que percebo e entendo a diferença, que pode ser a mesma de ensino e aprendizado...) com método e atenção a dimensão do conhecimento adquirido dos seus alunos, a fim de que o processo de aprendizagem de fato se realize. Nesta dimensão torna se de fato professor na grande acepção da palavra. É uma questão de paradigma, pois eu não acredito na transmissão de conhecimento, aqui eu quis apenas destacar o papel complexo de um professor ... na grande acepção do termo professor)

Lembro que em alguns paises europeus existem os titulos de mestres, doutores, phds, etc., como aqui, e existem ainda os titulos de professores, que são concedidos por bancas academicas, a convidados de notório saber em alguma área especifica e que possuem capacidade de transmitir o seu conhecimento ao meio discente. Tornan se assim docentes com titulo de professor, o que é uma grande reverencia as qualidades técnicas e de capacidade de relacionamento, empatia e transmissão desta pessoa.


Abaixo uma sintese do texto  :

Exagerando um pouco poderíamos dizer que  ensino é uma profissão absolutamente paradoxal pois exige a quem a exerce qualidades quase infindáveis de diversas profissões e matizes a fim de que a missão seja cumprida. Mas obviamente devemos ser mais modestos no que concerne esta atividade e ao desempenho dos docentes de ensino superior. Este texto se debruça na busca de respostas sintetizadas em duas perguntas :

Ensinar na universidade é ocupação ou profissão ?
Pode um professor universitário assumir a sua professoralidade ?

A preocupação com melhoria da qualidade do ensino superior gera e busca responder as questões acima.
Toda uma linha de investigações de qualificação do ensino superior está pautada em principios de uma filosofia de gestão já muito descreditada mesmo no meio empresarial.
Dizendo que “não há lugar onde os resultados da gestão de qualidade total sejam mais necessários do que na sala de aula”, cfe. Helms & Key (1995).

No entanto pauta se o texto em outra enfase que é a discussão do ensino aprendizagem, e de como tornar o ensino universitário um meio real de formação do profissional cidadão, responsavel e comprometido com a sociedade.

O artigo relata experiencias resultantes de investigações de um programa de 10 anos de capacitação de professores.

Percebe se que o ambiente docente universitario está pautando cada vez mais a sua qualificação em titulação, a titulação cada vez mais alta parece garantir a formação pedagógica. O que pode ser um equivoco de formação, pois os saberes do ato de ensinar na universidade possuem neste contexto pouco valor atribuído, em comparação aos conhecimentos técnico cientificos alcançados com esta formatação. Desta forma trazer a um mesmo patamar estes dois saberes tem ocupado um numero crescente de profissionais da educação do contexto universitário. Tarefa complexa pois os mesmo professores preocupados com esta distorção, participam e sofrem dela mesma no ambiente academico e de sua ética. 

A simplificação reducionista do processo de ensinar, que parte de conhecimentos prontos simplesmente a transmitir, o aluno deve ouvir e reter o que foi lhe apresentado, ainda é uma realidade hoje. Embora as preocupações em ensinar bem é preocupação crescente, a falta de familiaridade com os processos da educação e pedagogia ainda impede e dificulta o entendimenteo do que seja este processo de ensinar e aprender.

Outro fator que contribue para este distanciamento é a própria politica  oficial de financiamentos, que desprestigia as atividades de pesquisa nesta área e incentiva a formação e incremento de produção cientifica  em áreas especificas.

Os dispositivos legais encaminham as instituições a sindromes de “doutorado” e “publicações” como unicos caminhos possiveis aos docentes que não querem ser taxados de improdutivos. Os grande atrativos são a produção de pesquisas e o vinculo ao ensino nas pos graduações, com um interesse minimo ao ensino na graduação. As produções resultantes da titulação e pesquisa dos docentes poucos reflexos trazem a formação dos estudantes de graduação. E nos cursos para obtenção destes titulos não se incluem preocupações com formação pedagógica dos docentes.

Este é o cenario presente na maior parte das universidades do pais, no entanto algumas amostras de mudança apontam. Os avanços na área da educação do século XX, obrigam ao seu reconhecimento também no nivel superior. Nos ultimos 30 anos a preocupação com o desempenho deste docente cresceu, se estabelecendo a denominação de Pedagogia Universitária.

Agir neste universo significa produzir diversos discursos e formas de ação, em face as diversidades sociais e complexidades da universidade, multiplicação de conhecimento face a diversidade das demandas do mundo do trabalho, das contradições da globalização feroz e excludente.

Neste ambiente complexo poderemos nos debruçar em duas formas de atuação, que significam ser um profissional professor, ou o que significa ensinar na universidade.

O artigo relata resultados de trabalhos realizados pelo PAAP/UFRGS na busca por qualificação, a partir de avaliação do fraco desempenho pedagógico de um numero significativo de professores que mesmo altamente qualificados em suas área de conhecimento não obtinham sucesso no processo ensino aprendizagem de seus alunos.

A ausencia de preparo para a atuação como docentes de professores oriundos de bacharelados ou outros cursos, aliada a alta qualificação em suas próprias carreiras, com a não percepção da necessidade de preparação do pensamento pedagógico, os impedia de inovarem o seu proprio fazer docente.

 O PAAP não foi organizado como curso formal, pois possuia como foco a discussão e reflexão do fazer docente, abrindo novas possibilidade de prática, como cita a autora “abrir corações e mentes para entender, aceitar e propor inovações”.

O programa pautou se em respeito aos interesses, expectativas e saberes dos participantes, necessidade de trocas e entre os participantes e ministrantes

Outra estratégia foi de conhecer antecipadamente as caracteristicas dos grupos participantes,  expectativas como docente. Qual significado, dificuldades, problemas, responsabilidades pessoais, como eles se condideravam prioritariamente “professores” ou “profissionais de determindas áreas ocupados em ensinar”, qual o papel da pesquisa no seu cotidiano. Como coleta de dados de acervo para pesquisa.

A qualificação para a docencia no entanto interessa a poucos departamentos e a “prova didatica” exigida na maioria dos concursos públicos é baseada na exposição oral de determinado conteúdo, demonstrando desprezo pela dimensão pedagógica no ingresso de professores.

Ao longo de dez anos de existencia o PAAP com os seus dados colhidos começa mostrar pelo menos empiricamente alguma mudança na conscientização da importancia dos aspectos pedagógicos envolvidos com o ato de ensinar na universidade.
Um trabalho mais permanente deve levar em conta as mudanças profundas que passa a a própria exitencia da universidade,  o que inplica em novos problemas e desafios na forma e tarefa de porduzir conhecimento e técnica a futuros profissionais de várias áreas. Os alunos cada vez mais jovens, confusos (e imaturos) em relação a valores antes conhecidos e suficientes para a vida da sociedade, geram uma preocupação formativa cada vez mais complexa, e de certa forma desconhecida pelos professores e dirigentes, preocupados com a tarefa de transmitir conhecimentos. Estas preocupações e compreensões são tarefa urgente das universidades do 3 º milenio.

Pelos dados recolhidos infere se que a preocupação em compreender e resolver a grande equação, do aperfeiçoamento das relações pedagógicas entre professor  e aluno, como fator basico para o sucesso do ensino aprendizagem, contra o trabalho individual do pesquisador.

A participação obrigatória no programa deixa os participantes insatisfeitos, e ainda mais que está voltada a professores ingressantes que vinculama ativiadade a avaliação de seu estágio probatório. Os professores mais titulados tem maiores restrições a participação e aceitação da necessidade e compreensão de processos de formação/profissionalização docente.

Aspectos positivos foram relacionados a possibilidade de conhecer colegas de outras áreas e dividir as mesmas preocupações e questões, acesso a textos sobre temas da área da educação e sobre a universidade, assistir palestras de professores/educadores com experiencia gerando reflexão sobre o dia a dia, discussão de realidades sob diferentes óticas sem necessidade de optar por uma, tempo para pensar sobre o papel do professor universitário e de como desempenhar melhor a sua tarefa, percepção de que a universidade se preocupa em ter professores bem formados na área pedagógica (não basta ser bom profissional na sua área de conhecimento), momento de reflexão sobre o cotidiano da universidade sobre a prática docente.

O conjunto abre possibilidades de abrir um processo para um pensar e agir de forma mais critica e consciente na busca por novas formas de abordar o processo de ensino/aprendizagem na universidade.

No conjunto os participantes  sugeriram que o programa seja extendido aos demais professores e que ele tenha mais duração.

Emerge o problema da dificuldade dos professores doutores de contemplar as suas concomitantes tarefas com o ensino na graduação e de desenvolvimento da pesquisa. Esta realidade precisa ser discutida a fim de que se alcance uma convivencia pacifica entre as duas funções.

A pedagogia universitária voltada ao aperfeiçoamento do ensino deve contribuir para a construção de identidade do profissional professor, que substitua o profissional que se propõe a ensinar (substituindo o médico, engenheiro, farmaceutico, etc...), transmitindo os conhecimentos que supõe essenciais.

Responder ao desafio de auxiliar o docente a tornar se um profissional do ensino, exige a mudança do entendimento dos significados de ensinar e aprender, e as relações entre estes dois atos, e provocar a consequente mudança de ótica entre as relações entre professor e aluno.

No primeiro caso devemos desmistificar a “facilidade” de ensinar, como simples ato de transmitir explicitando a sua intencionalidade, sua complexidade e exigencias.

Ensinar hoje para o novo paragigma impõe uma oposição a racionalidade técnico-instrumental que imperou durante dois séculos. Ensinar implica em um elevado grau de incerteza quanto ao alcance dos objetivos, em função das caracteristicas absolutamente humanas envolvidas.

A aprendizagem deve ser reconceitualizada, compreendendo a como um ato volitivo de apropriação que implica apreender, reconstruir, assimilar mentalmente o novo conhecimento. Este processo não ocorre naturalmente pelo simples fato de assistir as aulas, pois exige atenção, reflexão e ação constantes. Nesta dimensão o envolvimento dos estudantes é fundamental.

Na relação professor-aluno é pacifico que se considere que os alunos detem alguns saberes e muitas expectativas, isto impõe que os professores devem desenvolver uma atitude empatica em relação ao aluno. O que se revela no entanto que na sala de aula manten se uma relação hierarquizada disfarçada por  atitudes de camaradagem, no entanto facilmente detectada por ocasião da avaliação.

A inquietação dos professores no entanto é real em relação as formas de avaliação.

No entanto a reavaliação de todo um conjunto do processo ensino, aprendizagem e avaliação se faz necessário ao se discutir o significado da avaliação e o seu instrumento no processo a fim de que as aprendizagens sejam reais.

Todas a reflexões sobre a importancia do profissional professor ou de um professor profissional não podem ser realizadas sem reflexão, da pertinencia social da educação superior e dos compromissos da relação entre educação e sociedade. Bem como a compreensão entre teoria e prática, ensino-ação-reflexão-aprendizagem e ao espaço da criatividade e invenção, cada vez mais essenciais.

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